O papel da Odontologia na Conscientização Mundial da Doença de Alzheimer

O papel da Odontologia na Conscientização Mundial da Doença de Alzheimer

A doença de Alzheimer é uma doença neurodegenerativa progressiva e irreversível que afeta o cérebro, principalmente em pessoas idosas, mas pode ter sua forma mais rara que acomete pessoas jovens. Trata-se da forma mais comum de demência, um grupo de condições que causa a perda gradual da função cognitiva, incluindo memória, raciocínio, linguagem e habilidades de aprendizado, em que a evolução da doença leva à dependência de cuidados.

Dados do Ministério da Saúde apontam que existam 1,2 milhão de casos, a maior parte deles sem diagnóstico. Mundialmente, cerca de 35,6 milhões de pessoas são diagnosticadas com a doença de Alzheimer.

Os principais sintomas da doença de Alzheimer incluem perda de memória a curto prazo, especialmente para eventos recentes; dificuldade em realizar tarefas cotidianas, como vestir-se, cozinhar ou manter a higiene pessoal e oral; confusão sobre o tempo e o espaço; dificuldade em encontrar palavras e se expressar verbalmente; problemas de julgamento e tomada de decisões e alterações na personalidade e no comportamento, como depressão, ansiedade e agitação.

A causa exata da doença de Alzheimer ainda não é completamente compreendida, mas envolve a acumulação anormal de proteínas no cérebro, como placas de beta-amiloide e emaranhados de tau (proteína específica da doença). Essas alterações no cérebro levam à morte progressiva das células nervosas, resultando em perda de função cognitiva.

Assistência odontológica aos pacientes com Alzheimer

A cirurgiã-dentista e presidente da Câmara Técnica de Odontologia para Pacientes com Necessidades Especiais (OPNE) do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP), Profa. Dra. Juliana Franco, explica que à medida que a doença progride, os sintomas se agravam e podem levar a uma perda significativa da independência e da qualidade de vida.

“Infelizmente, no momento, não existe cura para a doença de Alzheimer. O tratamento é baseado em farmacológicos específicos e no tratamento reabilitador, com equipe interdisciplinar (médicos, cirurgiões-dentistas, enfermeiros, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos, nutricionistas, psicólogos e assistentes sociais). O tratamento farmacológico ocasiona hipossalivação com o aumento do número de cáries e doença periodontal, o que eleva a importância da higiene oral e do retorno frequente ao Cirurgião-Dentista”, explica a Dra. Juliana.

A especialista acrescenta que a assistência odontológica ao paciente com Doença de Alzheimer é extremamente relevante para a realização da adequação da saúde bucal e manutenção através de consultas preventivas. De acordo com ela, o entendimento que a doença trará incapacidades e dificuldade de manejo odontológico ao paciente faz com que o planejamento odontológico realizado para médio e longo prazo seja focado em medidas preventivas, como controle de biofilme e orientação aos pacientes e cuidadores sobre a importância da higiene oral.

“O atendimento odontológico deve ser realizado por profissionais que tenham experiência para essa assistência, pensando não somente na adequação do ambiente, mas também no manejo adequado do paciente e o melhor planejamento odontológico, com prevenção de agravos bucais e procedimentos para cada fase específica da doença”, conta a especialista.

Dra. Juliana acrescenta que conscientizar o paciente e a família sobre a importância da saúde bucal é fundamental para diminuir as complicações bucais que acontecem devido à falta de cuidados. “Com a evolução da doença, o autocuidado oral torna-se difícil, e o cuidador tem papel fundamental nessa etapa”, analisa.

A cirurgiã-dentista lembra que o planejamento odontológico deve ser pensado na evolução das doenças e nas estratégias que devem ser realizadas para a realização dos procedimentos de forma eficiente e segura.

“A manutenção de uma saúde oral satisfatória impacta não apenas nos benefícios da saúde em geral do paciente, mas na prevenção das infecções respiratórias, na qualidade de vida do paciente e da dignidade humana”, conclui a Dra. Juliana.


Fonte: Assessoria de Imprensa do CROSP

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