Odontologia também participa da prevenção ao suicídio

Odontologia também participa da prevenção ao suicídio

O suicídio é uma questão de saúde pública global que causa uma imensa carga de sofrimento humano. Muito além de um problema individual, o suicídio é influenciado por uma complexa interação de fatores socioculturais, psicológicos e biológicos. Em um ambiente clínico como a Odontologia, a identificação e a prevenção do suicídio podem parecer um desafio fora do comum. No entanto, o cirurgião-dentista, como um profissional de saúde, pode desempenhar um papel crucial na detecção dos primeiros sinais e na condução da pessoa em risco ao auxílio adequado.

O cirurgião-dentista e membro da Câmara Técnica de Saúde Coletiva do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP), Dr. Tiago Meinberg Ribeiro do Valle, explica que compreender os sinais de alerta de suicídio em pacientes é crucial.  De acordo com ele, esses sinais podem ser variados, mas, na maioria das vezes, incluem mudanças de comportamento, como isolamento social, depressão, ansiedade, problemas de sono, expressões verbais de dor emocional, observações sobre a morte ou suicídio, perda de interesse por atividades que costumavam disfrutar e alterações nos hábitos alimentares.

“O estado emocional de um paciente pode ser afetado por uma série de problemas odontológicos, como dor crônica e incapacitante, sérios comprometimentos estéticos e funcionais e discriminação social devido à má saúde bucal, que podem causar consideráveis danos à autoestima e ao bem-estar mental. Problemas de saúde mental não tratados ou mal geridos, como depressão e ansiedade, são fatores de risco reconhecidos para o suicídio”.

O cirurgião-dentista detalha que um dos indicadores mais fortes é o comportamento anormalmente reticente ou distante durante as consultas. Por isso, segundo ele, os profissionais da Odontologia devem estar atentos e conscientes dessas mudanças sutis.

“A escuta ativa, a percepção aberta e o estabelecimento de uma ligação empática com todos os pacientes são as melhores estratégias para observar tais mudanças. Isso implica em não apenas tratar os sintomas físicos, mas também considerar a saúde mental do paciente. No entanto, é de extrema importância ressaltar que o cirurgião-dentista não tem a tarefa de diagnosticar condições de saúde mental, mas, como profissional de saúde, tem a responsabilidade de reconhecer os sinais de alerta que poderiam indicar o risco de suicídio”, esclarece Dr. Tiago.

Identificação e direcionamento

O cirurgião-dentista orienta que, aos serem identificados os sinais, o paciente deve ser encaminhado para o cuidado psiquiátrico ou psicológico adequado, que inclui profissionais capacitados para fazer diagnósticos, fitoterapia e prescrições médicas, como psicólogos, psiquiatras e enfermeiras psiquiátricas.

Dr. Tiago lembra ainda do estigma associado às doenças mentais que, segundo ele, é um grande obstáculo para o tratamento. Nesse contexto, o especialista destaca que os profissionais da Odontologia, ao promoverem ambientes acolhedores, compreensivos e não julgadores, podem encorajar os seus pacientes a procurar a ajuda que necessitam.

“Todo o setor de Odontologia deve considerar a formação de seus membros em primeiros socorros de saúde mental, assim como a existência de protocolos claros para lidar com essas situações. Isso enfatizará que a saúde bucal não pode ser separada do contexto geral de saúde dos pacientes”.

Em suma, a atenção à prevenção do suicídio não se limita a profissionais de saúde mental. Cirurgiões-dentistas e sua equipe têm uma função vital a desempenhar na identificação dos primeiros sinais de alerta nas interações do dia a dia.

“A educação, a empatia e a orientação correta podem fazer toda a diferença na vida daqueles que podem estar lutando secretamente contra sentimentos de desespero e solidão”, conclui Dr. Tiago.

Informações da Assessoria de Imprensa

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