As próteses faciais visam reconstruir – artificial ou aloplasticamente – as perdas das diversas regiões da face. Quando esta perda é da porção ocular e anexos, como pálpebras e sobrancelhas, é denominada prótese óculopalpebral.
Os principais objetivos em relação ao paciente são: restaurar a sua estética e função; proteger os tecidos expostos e cruentos; promover o soerguimento moral e psicológico.
Podem ser temporárias, usadas em um período de observação clínica, e reparadoras, quando a cirurgia plástica é contraindicada, ou se já é passado o tempo de observação clínica.
A prótese óculopalpebral é confeccionada a partir de modelo obtido por meio de moldagem (com hidrocoloide irreversível, por exemplo) do terço superior da face, incluindo a região afetada e o lado contralateral sadio, para que este sirva de referência no momento da escultura da prótese.
Após realizada a moldagem e obtido o modelo em gesso, é confeccionada uma base em cera ou material termoplástico, procedendo-se a modelagem artística dos tecidos.
É necessária também a confecção de uma prótese ocular, que será posicionada respeitando as particularidades do lado são.
Uma alternativa para a modelagem é a utilização do sistema CAD/CAM (Computer Aided Design/Computer Aided Manufacturing), um programa que, a partir de tomografia computadorizada, cria imagens tridimensionais; e pela técnica de prototipagem, permite a confecção de protótipos e modelos.
A prótese óculopalpebral pode ser confeccionada em silicone médico ou em resina acrílica. É possível pigmentá-la e caracterizá-la de acordo com o tom e textura da pele do paciente.
Utiliza-se também alguns recursos para dissimular a linha de término dessa prótese, como óculos com a armação pré-definida, de acordo com a extensão dessa prótese.
A prótese óculopalpebral pode ser retida pela própria cavidade, retenção anatômica, ou recursos que aumentem a sua retenção – como adesivos médicos, implantes osseointegrados, óculos – ou pela combinação destes.
A confecção de uma prótese óculopalpebral é também de responsabilidade do cirurgião-dentista com conhecimento especializado em Prótese Bucomaxilofacial.
Reinaldo Brito e Dias
Cirurgião-dentista. Chefe e Professor Titular do Departamento de Cirurgia, Prótese e Traumatologia Maxilofaciais da FOUSP. Professor Responsável pela Disciplina de Prótese Bucomaxilofacial da FOUSP. Professor Responsável pela Área de Concentração de Prótese Bucomaxilofacial do Programa de Pós-Graduação da FOUSP. Presidente da Câmara Técnica de Prótese Bucomaxilofacial do CROSP. Presidente do Conselho Curador da FFO Fundecto. Membro da Academy of Dentistry International.