A saúde bucal do paciente com diabetes

A saúde bucal do paciente com diabetes

De acordo com o cirurgião-dentista Dr. Marcelo Cavenague, entender que a saúde da boca faz parte de um todo é fundamental em qualquer circunstância. No caso de doenças como o diabetes, ele destaca, entre outros pontos, a importância do controle dos índices de glicemia para manter a qualidade de vida.

A doença sob controle

O cirurgião-dentista esclarece que existem dois perfis de pacientes com diabetes. O paciente que se cuida e o paciente que não se cuida. O primeiro mantém o controle da doença e é visto como uma pessoa normal. “Esse paciente tem uma doença séria e crônica, mas em relação aos riscos bucais ele não corre nenhum a mais, uma vez que doença sob controle é sinônimo de saúde. Ainda que seja insulinodependente, esse paciente tem os mesmos riscos de uma pessoa normal, que se cuida e mantém a saúde bucal”.

O segundo perfil, de acordo com o Dr. Cavenague, corresponde àquele paciente que se descuida ou, por qualquer outro motivo, não consegue manter o controle do diabetes e tem picos de hiperglicemia ou crises de hipoglicemia e, nesse caso, pode apresentar alterações. Nesse contexto, o cirurgião-dentista explica que existem duas doenças principais da boca, a cárie e a doença periodontal. No caso da cárie, não há tantas alterações diante desse quadro, uma vez que a cárie está ligada à multifatores como frequência de ingestão de açúcar e à má higienização.

Já diante da doença periodontal, os riscos de alterações são maiores, isso porque a ela está associada aos tipos de bactérias que existem na boca, ao sangramento e à presença de cálculos. Além disso, a doença periodontal age num pH um pouco mais alcalino do que a cárie. Ele explica que esse processo envolve também às células de defesa e que o diabetes provoca problemas nos vasos sanguíneos. “A doença periodontal é uma doença inflamatória, que depende das células de defesa. Se o paciente diabético já tiver problemas vasculares, a defesa será menor. Portanto, a evolução da doença periodontal será mais rápida”.

As visitas frequentes ao cirurgião-dentista são necessárias em qualquer momento da vida e em qualquer situação. A frequência de retorno ao consultório será determinada em função do perfil de cada paciente. Quanto maior a necessidade, mais próximo será o retorno.

O ideal, segundo Dr. Cavenague, seria que todo o cirurgião-dentista tivesse em seu consultório um aparelho para verificar a glicemia do paciente e, em casos extremos, encaminha-lo para atendimento médico. “O tratamento periodontal em um paciente descontrolado não responde normalmente como em um paciente controlado”, explica.

Outro ponto importante no caso do diabetes, segundo o cirurgião-dentista, é realizar um trabalho multidisciplinar, por meio do acompanhamento do endocrinologista, do cirurgião-dentista e do nutricionista. “É importante lembrar que se trata de uma doença crônica que não tem cura, em que o segredo é manter o controle”.

A importância da higiene bucal

Por meio da higiene, é possível ter um controle maior da doença. A falta de cuidado, nesse caso, resulta em tártaro (cálculo) e inflamação. Por isso, é imprescindível manter a saúde da boca em dia, por meio da escovação com creme fluoretado e uso do fio dental.

Lembre-se, o diabetes é uma doença crônica que se caracteriza pelo aumento dos níveis de açúcar no sangue. Se não for tratada, pode provocar danos em vários órgãos. O diabetes é dividido em dois tipos principais. A tipo 1 e a tipo 2. Há também o diabetes gestacional, situação transitória que marcada pelo aumento dos níveis de glicose no sangue durante a gravidez.

Informações do CROSP

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