De acordo com as estimativas do Instituto Nacional do Câncer (Inca), 14 mil novos casos de câncer bucal são diagnosticados por ano no Brasil. Daí a importância de orientar o seu paciente a parar de fumar.
O Inca ainda indica que os cânceres de boca, cabeça e pescoço – além de outras doenças, como leucoplasia, gengivite ulcerativa necrosante aguda, guna candidíase bucal e periodontite – têm se tornado comuns principalmente em pessoas que bebem ou fumam. E como são pouco conhecidos, a população se preocupa menos em evitá-los.
Por isso, é importante que o cirurgião-dentista use a prática clínica para estimular seus pacientes a pararem de fumar. E é durante os e exames bucais de rotina que surge a oportunidade de o profissional de Odontologia falar sobre os perigos do cigarro para a saúde geral e bucal.
De acordo com o boletim informativo The Oral Care Report News, da Colgate, experimentos clínicos publicados no livro “Tobacco prevention in Swedish dental care” mostraram que as intervenções dos profissionais de Odontologia ajudaram pacientes a deixar de fumar. As taxas de abandono do tabagismo, observadas na maioria dos experimentos, variou de 10% a 44%, dependendo do grau de assistência oferecido.
Como ajudar o paciente a parar de fumar
Para ajudar o cirurgião-dentista a conversar com seus pacientes sobre os perigos de fumar, o Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos produziu um guia clínico prático para tratar do uso e da dependência do tabaco. O guia é apresentado em cinco passos.
Cinco passos para eliminar o tabagismo
1° passo: perguntar
Ação
- Documentar rotineiramente a condição de tabagismo de todos os pacientes a cada consulta.
Estratégias de implementação
- Incluir o uso de tabaco na ficha padrão de cada consulta.
- Colar adesivo indicando o uso de tabaco na ficha do paciente.
2° passo: aconselhar
Ação
- Estimular todo fumante a parar de fumar.
Estratégias de implementação
- Fornecer informações de maneira clara e contundente.
- Personalizar o aconselhamento com base na situação de vida do paciente, por exemplo, estado de saúde, impacto do tabagismo na família, fatores econômicos.
3° passo: avaliar
Ação
- Determinar o desejo de tentar parar.
Estratégias de implementação
- Se o paciente desejar parar de fumar, fornecer assistência, como indicação de terapias ou adesivos de nicotina, goma de mascar de nicotina, entre outros.
- Se o paciente não deseja parar de fumar, fazer intervenção motivacional. Deve-se explicar ao paciente a importância pessoal de parar de fumar, as consequências negativas do tabaco e apresentar os benefícios de uma vida sem cigarros.
4° passo: auxiliar
Ação
- Ajudar o paciente a parar de fumar.
Estratégias de implementação
- Ajudar o paciente a desenvolver um plano para parar de fumar, por exemplo, determinar data, preparar apoio social, modificar o ambiente.
- Fornecer aconselhamento prático, por exemplo, evitar outros fumantes, evitar uso de álcool, enfatizar a abstinência total, aprender com tentativas passadas.
- Promover um ambiente clínico de apoio.
- Farmacoterapia recomendada, quando não contraindicada.
- Fornecer materiais complementares.
5° passo: planejar
Ação
- Agendar consulta de acompanhamento pessoalmente ou por telefone.
Estratégias de implementação
- Importante durante a primeira semana após a data de abandono e também durante o primeiro mês.
- Parabenizar o sucesso ou revisar as razões para fracasso e estimular uma nova tentativa.
Fonte: The Oral Care Report News