Muitas são as dúvidas que cercam o uso de aparelhos ortodônticos. Uma delas é sobre a idade recomendável para o início do tratamento. A cirurgiã-dentista, Luciana Iwamoto, presidente da Câmara Técnica de Ortodontia do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP) explica que a melhor idade para se colocar um aparelho é aquela em que se detecta o problema ortodôntico. “O ideal é que a correção seja feita durante o período de crescimento”, observa.
O tempo que uma pessoa precisa fazer uso do aparelho ortodôntico varia, em média, entre seis e 36 meses. Contudo, variantes como a densidade óssea do paciente, sua força muscular, a presença ou não de hábitos viciosos (como a má postura lingual), os tipos de má oclusão envolvidos, a complexidade do caso, as condições periodontais, assim como fatores hormonais e a idade do paciente podem influenciar no tempo de tratamento.
“Além disso, o tempo dependerá do compromisso assumido pelo paciente em relação à sua higiene oral e à sua alimentação, a fim de evitar descolamento de peças no caso de aparelhos fixos, ou comprometimento e colaboração no uso de aparelhos removíveis”, alerta a profissional.
Luciana diz que é comum os casos de pacientes que faltam às consultas de manutenção e que não têm o devido cuidado, provocando a quebra sucessiva de componentes do aparelho, o que pode prolongar o tempo de tratamento. “Nesses casos, não temos como estipular prazos”, informa.
De acordo com a cirurgiã-dentista, não há um limite de tempo para ficar com o aparelho. Mas, ela alerta que permanecer com o aparelho sem as devidas manutenções e higienização pode acarretar problemas periodontais. “Esse longo período não deve prejudicar a arcada dentária, apenas se não houver acompanhamento, cuidados com higiene e planejamento adequado.”
Alinhadores invisíveis
Outro assunto em alta relacionado a tratamentos ortodônticos são os alinhadores invisíveis. Muitas pessoas têm sido atraídas pela promessa de um resultado rápido com o uso desse tipo de aparelho. Luciana esclarece que pequenas correções são possíveis de serem realizadas em um período de seis meses ou menos, porém, a estabilização requer maior atenção, sendo necessária uma contenção da correção, por exemplo. “É importante salientar que a biologia não mudou e é preciso certo cuidado com profissionais que tentam conquistar o paciente alegando que resolvem o problema em menos tempo.”
Mesmo com a tecnologia, os dentes não “sabem” que tipo de aparelho está sendo utilizado para movimentá-los. Sendo assim, desde que a técnica seja bem utilizada, o tempo de tratamento é o mesmo, ainda que algumas tecnologias proporcionem maior conforto e facilidades. “Atualmente, todos os casos podem ser resolvidos com alinhadores e a escolha da técnica ortodôntica depende da habilidade do profissional, da complexidade do caso e do comprometimento do paciente”, reforça a especialista.
Como escolher entre os tipos de aparelho?
O Ortodontista é o profissional que pode direcionar a escolha do melhor aparelho para cada caso. Ele irá fazer uma análise criteriosa da situação, considerando qual é a técnica mais indicada e orientando o paciente sobre a aplicabilidade de cada uma delas. A consulta com o especialista é muito importante, pois ele tem dados clínicos e todos os conhecimentos necessários para auxiliar o paciente na condução do tratamento.
Luciana pondera que pacientes sem compromisso com o uso de recursos removíveis, deveriam optar por aparelhos fixos, com a finalidade de obter os melhores resultados. Já pacientes tolerantes a aparelhos removíveis e que necessitam de estética podem optar pelos alinhadores. E, aqueles que necessitam de estética e não tem comprometimento com alinhadores, podem optar pela técnica ortodôntica lingual em que o aparelho também é fixo, porém colado na parte de dentro dos dentes.
Os aparelhos ortodônticos necessitam de manutenções. Normalmente elas são feitas a cada 28 dias, no caso de aparelhos fixos tradicionais, porém, dependendo da técnica empregada pode-se ter um período maior entre as manutenções.
Já os aparelhos removíveis têm suas ativações específicas. Por exemplo, a troca de alinhadores, dependendo da fase do tratamento, pode ser quinzenal ou semanal. “O mais indicado é consultar o profissional que acompanha o tratamento ortodôntico e perguntar qual a frequência correta para cada caso. Só não se deve negligenciar o tempo indicado para atingir os resultados”, orienta Luciana.
Informações da Assessoria de Imprensa