Como avaliar o Teste de Yasavage 15

Como avaliar o Teste de Yasavage 15

Na coluna anterior, apresentei aos colegas cirurgiões-dentistas o Teste de Yasavage 15, que tem esta classificação por ser o mais resumido, e que pretende ser um indicador da possibilidade de o nosso paciente apresentar sintomas de depressão, conhecida como o mal do século.

Colocam que este estado de demência ocorre por as pessoas atualmente estarem sob uma maior cobrança, tanto na sua vida profissional como na pessoal e social.

Como se recordam, a aplicação do teste tinha como resposta “Sim” ou “Não”, e as questões tinham valores de zero (0) ou um (1).

A partir de cinco (5) pontos, existe sugestão, suspeita da pessoa poder estar em processo de depressão.

A pontuação se conta a partir da quantidade de respostas um (1). A partir de cinco (5) inicia-se a suspeita de depressão, e quanto maior, maior a suspeita.

Passamos a colocar os resultados encontrados no Teste de Yasavage 15 em um estudo feito nas clínicas odontológicas da Universidade Metodista, em São Bernardo do Campo (SP), sendo conduzido como Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), na época, da discente Paola Voci Ventura. O trabalho contou com a minha orientação.

Vamos aos resultados:

  • 38% dos pacientes entrevistados eram homens, e 62% eram mulheres.
  • Faixa de idade dos homens: entre 59 e 86 anos.
  • Faixa e idade das mulheres: entre 59 e 82 anos.

Sobre a faixa de renda das pessoas entrevistadas:

  • Sem renda/não informada: 12%.
  • De R$ 700,00 a R$ 2.300,00: 58%.
  • De R$ 2.301,00 a R$ 3.900,00: 8%.
  • De R$ 3.901,00 a R$ 5.500,00: 10%.
  • De R$ 5.501,00 a R$ 7.100,00: 4%.
  • De R$ 7.101,00 a R$ 8.700,00: 2%.
  • De R$ 8.701,00 a R$ 10.300,00: 6%.

Resultados encontrados entre as mulheres:

  • SEM suspeita de depressão: 80,6%.
  • COM suspeita de depressão: 19,4%.

Resultados encontrados entre os homens:

  • SEM suspeita de depressão: 68,4%.
  • COM suspeita de depressão: 31,6%.

Resultado geral do Teste de Yasavage

  • SEM suspeita de depressão: 76%
  • COM suspeita de depressão: 24%.

Como resultado desta rápida demonstração do trabalho executado, vemos que o cuidado a ser tomado na nossa relação profissional-paciente é cada vez mais complexo.

Itens anteriormente passados desapercebidos podem influenciar, e muito, na nossa condição de trabalho, tendo, algumas vezes, que avaliar melhor o nosso paciente e analisar minuciosamente o seu comportamento frente ao tratamento que está sendo realizado.

Volto a enfatizar que este teste é apenas um indicativo, e não tem valor como diagnóstico para nós, cirurgiões dentistas, mas mostra que este paciente precisa de mais cuidados na condução de seu tratamento. Uma possível indicação aos profissionais que poderão trabalhar com este aspecto psicológico é recomendada.

Aqui entra a nossa necessidade de entender e participar de maneira multidisciplinar nas diversas áreas de saúde.

Um grande abraço e até a próxima.


augusto_roqueAugusto Roque Neto
Cirurgião-dentista. Especialista em Dentística Restauradora. Mestre em Clínicas Odontológicas. Professor Adjunto do Curso de Odontologia Faculdade de Saúde, Universidade Metodista de São Paulo.

 


* Esta coluna contou com a colaboração da cirurgiã-dentista Paola Voci Ventura.

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