Não é de hoje que a introdução da chupeta na vida dos bebês vem sendo bastante criticada por profissionais, afinal, seu uso contínuo pode causar problemas sérios na formação da arcada dentária das crianças. Porém, existem alguns casos em que o uso da chupeta pode ser recomendado por médicos e dentistas.
Quando realizado dentro de algumas regras e em situações específicas, o uso da chupeta pode trazer benefícios para a criança e minimizar os riscos de problemas bucais.
Segundo a especialista em Odontologia, Cristina Gottlieb, o uso da chupeta é recomendado quando o bebê apresenta o hábito de chupar o dedo, por exemplo. Por estar mais acessível, o dedo poderá ser usado com mais frequência, e este hábito trará alterações ortodônticas, como mordida aberta, mordida cruzada e alterações na posição da língua durante a fala e a deglutição”, explica.
Ainda de acordo com a cirurgiã-dentista, a chupeta também pode causar esses problemas, mas se bem utilizada e administrada, os danos serão menores. Outra utilidade para o artefato é em casos onde o bebê tem dificuldades com a amamentação, seja por rejeição, ou por falta de leite da mãe. “Quando isso ocorre, a chupeta é recomendada para complementar a necessidade do bebê de realizar os movimentos de sucção, que a mamadeira não preenche. Ao se alimentar na mamadeira, o bebê não exercita adequadamente os músculos orofaciais”, argumenta a especialista. Nesses casos, logo após a mamadeira, é oferecida a chupeta, para que o bebê exercite a musculatura da maneira adequada.
Não só isso, mas estudos recentes correlacionam o uso da chupeta durante o sono com a redução da morte súbita em bebês com até 12 meses de idade. Em casos como este, o uso deve ser feito apenas depois do primeiro mês de amamentação, para que a chupeta não interfira na consolidação do hábito do aleitamento materno. Além disso, acredita-se que a chupeta ajuda o bebê a manter as vias aéreas livres, dificultando ainda mais o sufocamento. De qualquer forma, é recomendável que, quando a chupeta for utilizada por esse motivo, seja retirada após o primeiro ano de vida do bebê, que é quando ocorre significativa redução desse risco.
Mesmo com alguns benefícios, a especialista alerta contra o habitual uso da chupeta. “Quando está com algum tipo de desconforto, o bebê usa o choro para se comunicar. Então a chupeta já é comumente comprada como parte do enxoval do bebê, e costuma ser introduzida à criança como forma de calmante. Se antes de tentar descobrir a causa do choro, a mãe logo der a chupeta à criança, ela vai associar a diminuição da angústia à chupeta, e aí estará criado um novo problema em longo prazo, além dos problemas dentários”, finaliza a cirurgiã-dentista, que é diretora da clínica odontológica The Dental SPA, no Rio de Janeiro.
Fonte: Assessoria de Imprensa