Por: Vanessa Navarro
Com o auditório repleto de cirurgiões-dentistas e acadêmicos, o tema “Adesão dentinária: adesivos universais mitos em clareamento dental” foi brilhantemente discutido pelo Professor Titular da Faculdade de Odontologia da Universidade de Minnesota (EUA), Jorge Perdigão.
O autor de quatro capítulos de livros em Adesão dentinária, incluindo a última edição do renomado “Sturdevants Art and Science of Operative Dentistry”, iniciou a palestra apresentando dados históricos sobre a prática, que foi mencionada pela primeira vez na literatura em 1955.
Muitos profissionais se perguntam qual é o adesivo ideal e sobre quais são as melhores opções trazidas pelo mercado. Perdigão esclareceu que o melhor adesivo do mercado é aquele que funciona melhor na clínica odontológica, o que é traz uma manipulação melhor.
Nos últimos 30 anos, foram lançadas várias gerações de adesivos dentinários. O especialista afirma que existem alguns fatores decisivos em relação a aquisição do material. “O dentista quer que o material tenha o menor custo, que seja estável, que seja fácil de usar, que seja adequado para utilização em restaurações diretas e indiretas, que permita restaurações duráveis, que não cause injúria pulpar e que traga evidências clínicas”.
Quando o assunto é evidência clínica, Perdigão deixa muito claro que 90% dos adesivos lançados não possuem qualquer prova ou evidência clínica. “O adesivo é testado por você, cirurgião-dentista”.
O Mestre em Dentística apresentou para todos os presentes os tipos de adesivos existentes no mercado, assim como suas características, funcionalidades e as indicações corretas para o dia a dia do dentista.
Para abrilhantar ainda mais o Auditório destinado às discussões sobre Odontologia Estética, os participantes contaram com a ilustre presença do Especialista em Dentística Restauradora e Estética, José Carlos Garófalo.
Sempre muito animado e dinâmico, Garófalo trouxe a temática “Clareamento dental: bases científicas para a aplicação clínica das técnicas clareadoras com eficácia e segurança”, e desmistificou algumas questões sobre a prática do clareamento dental.
O especialista, que faz clareamento dental há quase duas décadas, defendeu, sob alguns olhares desconfiados, que o clareamento dental feito em casa é melhor e mais eficaz do que o praticado em consultório. “Alguns profissionais acreditam que tal afirmação deprecia a nossa profissão. O que eu não entendo. Afinal, o dermatologista prescreve produtos de uso caseiro, e nem por isso ele é depreciado. Por que o dentista é? Penso que nós mesmos, com tal pensamento, desvalorizamos a nossa profissão”.
Partindo para uma aula mais prática, Garófalo apresentou exemplos de seus pacientes que realizaram o clareamento dental, cada um com idade e características diferentes, mas todos querendo dentes mais brancos. “Não é possível ter um tratamento unificado para todos, é necessário adequá-lo de acordo com a necessidade e com as propriedades de resposta biológica de cada paciente”.
Com apresentação de estudos científicos sobre resultados da técnica, o Mestre em Dentística expôs as duas modalidades de clareamento, ou seja, o caseiro e o ambulatorial, apresentando as definições, composições e funcionalidades de ambos os tipos. Garófalo defendeu, de maneira categórica, a modalidade caseira. “Diversos estudos científicos apontam que o clareamento de consultório é menos eficaz para remover manchas depositadas em dentinas”.
O palestrante ainda divulgou, em formato de tópicos, os fatores que influenciam no tratamento. São eles:
- Tipo de gel.
- Concentração. Utilizar concentrações menores possíveis.
- Tempo.
- Difusão. Quanto menor o dente, maior a chance de sensibilidade.
- Temperatura.
- pH.