Ao perceber que a criança se mostra um tanto quanto inquieta, às vezes até mais agitada que o normal, ou então com uma certa falta de atenção, para muitos leigos o primeiro diagnóstico que vem à cabeça é de que ela sofra de TDAH — Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade. Mas a ortodontista pediátrica Vivian Farfel, de São Paulo, conta que não é raro se equivocar quanto às possíveis causas desse comportamento entre os pequenos.
“De alguns anos para cá, essa falta de concentração e de foco, com certa frequência, tem sido erroneamente diagnosticada como TDAH entre muitas crianças, como se essa fosse a única possibilidade, sendo que a real causa pode estar localizada na boca, mais precisamente na postura da língua. Mas, naturalmente, muitas pessoas desconhecem que a boca tem alguma relação com esse tipo de transtorno”, afirma a especialista em ortodontia integrativa.
Ela explica que, devido a uma má postura da língua, a criança mantém a boca aberta e passa a respirar pela boca ao invés de respirar pelo nariz, prejudicando o sono e, consequentemente, desencadeando esses tipos de comportamento como falta de atenção, inquietação ou hiperatividade. “A literatura médica tem mostrado uma conexão muito forte entre crianças diagnosticadas com TDAH e problemas de sono”, afirma a especialista.
De acordo com a Dra. Vivian, um número crescente de pesquisadores está propondo que, hoje em dia, muitas crianças não estão dormindo o que precisam, levando a comportamentos desafiadores que imitam o TDAH. “Na verdade, sofrem de sono insuficiente, insônia, respiração bucal. Se esta ideia estiver correta, pode mudar fundamentalmente a maneira como o TDAH é estudado e tratado”, explica a ortodontista pediátrica.
Não se deve ignorar o fato de crianças não dormirem bem. Ou seja, se as crianças roncam, babam no travesseiro, rangem os dentes e apresentam sintomas semelhantes aos de TDAH, é preciso investigar a postura de língua, o desenvolvimento da arcada dentária, as vias aéreas e o sono. Por isso, é importante que o diagnóstico e o tratamento sejam realizados por uma equipe multidisciplinar, para que todas as possibilidades sejam analisadas e nenhuma delas descartada.
“Dessa forma, cada especialista trará sua contribuição para oferecer aos pequenos pacientes o tratamento mais adequado e, assim, garantir uma melhor qualidade de vida para eles”, conclui a Dra. Vivian.
Informações de Assessoria de Imprensa