Dentista pode identificar sinais de violência infantil

Dentista pode identificar sinais de violência infantil

Casos de violência infantil atingem cerca de 10 milhões de crianças e adolescentes em todo o Brasil, a cada ano. Escolaridade, religião e classe social parecem não influenciar na incidência dos casos, que continuam a prejudicar a infância e o desenvolvimento dessas crianças.

No entanto, estudos realizados apontam que os cirurgiões-dentistas têm um papel importante na prevenção, detecção e encaminhamento de casos de violência infantil, pois grande parte das agressões acontece na face, cabeça e pescoço.

“Essa questão vem sendo pesquisada desde 2009 e, com base nos dados de violência intrafamiliar recolhidos, identificamos que a maior parte das lesões sofridas pelas crianças poderia ser facilmente identificada pelos dentistas”, explica Estela Maris Losso, professora de Odontologia na Universidade Positivo (UP).

Para orientar os profissionais da área, foi desenvolvido na universidade paranaense o guia “Maus-tratos Infantis – o papel dos cirurgiões-dentistas na proteção das crianças e adolescentes”, que foi divulgado em todo o país pelo Conselho Federal de Odontologia (CFO).

O conteúdo também deu origem a um aplicativo com o mesmo nome, disponível para celulares com sistema Android pela Google Play. “Com o formato mobile, o objetivo foi disponibilizar as orientações de forma prática, fácil e gratuita”, explica a professora.

Para identificar situações em que quem agride, na verdade, quem deveria cuidar e proteger, o guia aponta alguns sinais claros de negligência, violência física, psicológica e sexual e suas consequências. “Às vezes a agressão não é visível. Sinais de descuido com a higiene e cuidados básicos, irritação, medo constante e isolamento podem ser sinais fortes de maus-tratos – e os profissionais da saúde devem estar atentos para isso”, explica Estela Maris.

Além de identificar os sintomas, o guia orienta também como deve ser feito o encaminhamento do caso. De acordo com o artigo 13 do Estatuto da Criança e do Adolescente, os casos de suspeita ou confirmação de maus-tratos contra criança ou adolescente devem ser comunicados ao Conselho Tutelar da região, sem a obrigação de haver provas e com sigilo garantido.

O Disque Denúncia Nacional 100 também funciona da mesma maneira. A autoridade policial da cidade ou o Ministério Público também podem ser notificados. “A informação é a arma mais poderosa contra a violência, principalmente contra crianças e adolescentes”, conclui a professora.

O guia “Maus-tratos Infantis – o papel dos cirurgiões-dentistas na proteção das crianças e adolescentes” está disponível em PDF ou no Google Play.


Fonte: Assessoria de Imprensa

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