A imunização da equipe odontológica, assim como a atualização da carteira vacinal é um fator muito importante e dever do responsável técnico da clínica.
Saiba quais são as vacinas necessárias para a proteção do profissional de saúde.
Hepatite B: é administrada em três doses. Via intramuscular, músculo deltoide, com intervalo de 0, 1 e seis meses. É indicado fazer o Anti-HBs entre o 7º e 13º mês, para documentar a viragem sorológica. Atualmente, sabe-se que não há mais necessidade de ratificar a imunidade para a Hepatite B. Assim, uma vez imunizado e testado com o Anti-HBS, sempre imunizado.
Gripe (Influenza): é administrada em dose única e anualmente. Via intramuscular. É especialmente recomendada aos profissionais de saúde que têm contato com pacientes com doenças cardiorrespiratórias, imunodeprimidos, ou os que vivem em asilos, etc.
No caso da equipe odontológica, a vacina é altamente recomendada.
Tétano e Difteria (dT adulto ou toxoide tetânico): é administrada em três doses. Via intramuscular. Sendo a segunda dose realizada de quatro a oito semanas após a primeira, e a terceira dose de seis a 12 meses após a segunda. O reforço deve ser feito em dose única a cada 10 anos. Vacinar gestantes a partir do segundo trimestre.
Varicela: é administrada em duas doses, com intervalo entre as doses de quatro a oito semanas. Via subcutânea É contraindicada para gestantes, e é aconselhável evitar gestação até um mês após receber a vacina.
Muito recomendada para profissionais de saúde suscetíveis à varicela. Em geral, apenas 10% da população adulta e de profissionais de saúde são realmente suscetíveis.
Rubéola, Sarampo e Caxumba (MMR Tríplice Viral): administrada em dose única. Via subcutânea. Recomenda-se uma segunda dose para atingir melhores índices de proteção, sendo intervalo de 30 dias.
É contraindicada na gestação, e recomenda-se evitar gestação até um mês após receber a vacina. Contraindicada para alérgicos a ovo e neomicina.
Tuberculose (BCG): apesar de não existir estudos que comprovem sua eficiência na fase adulta, alguns autores ainda indicam a BCG (Bacille Calmette-Guérin) para prevenção da turberculose em profissionais de saúde.
Tríplice bacteriana para adultos (DTP – Coqueluche, Tétano e Difteria): diante de surtos de coqueluche recentemente descritos, cujo reservatório identificado foi o profissional de saúde, recomenda-se a vacinação, especialmente para os profissionais que lidam com recém-nascidos, imunodeprimidos, etc. É administrada via intramuscular, em dose única, com três reforço, já que faz parte do calendário básico de vacinação da criança.
Hepatite A: é administrada em duas doses, com intervalo de 0 e seis meses. Via intramuscular. Deve ser considerada para profissionais de saúde que manipulam alimentos, profissionais que trabalham em unidades neonatais, creches e pacientes institucionalizados. Indicada na profilaxia pós-exposição.
Muito importante:
- A portaria do MTE – Norma Regulamentadora 32 – Segurança e Saúde no Trabalho em serviços de Saúde, no seu item 32.2.4.17 – Vacinação dos Trabalhadores, preconiza o seguinte: Para todo trabalhador dos serviços de saúde deve ser fornecido, gratuitamente, programa de imunização ativa contra tétano, difteria, hepatite B e os estabelecidos no PCMSO (Programa de Controle Médico em Saúde Ocupacional).
– Item 32.2.4.17.6 a vacinação deve ser registrada no prontuário clínico individual do trabalhador e mantê-lo disponível à inspeção do trabalho. - A norma refere-se a TODO trabalhador na área de saúde. Caso o mesmo se negue a tomar as vacinas, deve ser feita uma declaração de próprio punho explicando os motivos. Esta declaração deve ficar com o empregador e é um documento legal.
- A carteira de vacinação de todos os integrantes da equipe odontológica deve ser atualizada anualmente e mantida na clínica odontológica como documento de comprovação de imunização para eventuais visitas de autoridades sanitárias.
Lusiane Borges é cirurgiã-dentista. Biomédica e Especialista em Microbiologia. Pós-Graduada em Epidemiologia, Prevenção e Controle de Infecção. MBA em Esterilização. Consultora em Controle de Infecção e Epidemiologia na Área Odontológica e Hospitalar. Representante do Brasil na OSAP (Organization for Safety, Asepsis and Prevention). Coordenadora Científica da FOLA (Federação Odontológica Latino-Americana). Autora do livro “ASB e TSB Formação e Prática da Equipe Auxiliar”, Editora Elsevier, 2014.