O papel do cirurgião-dentista na prevenção ao suicídio

O papel do cirurgião-dentista na prevenção ao suicídio

No Brasil, são registrados anualmente cerca de 12 mil casos de suicídio. Com o intuito de reduzir este número no país, a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM), organiza desde 2014 a campanha Setembro Amarelo, que visa conscientizar a população sobre a doença. O Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP) apoia a iniciativa e destaca o papel importante dos cirurgiões-dentistas na prevenção ao suicídio.

Dados da ABP estimam que 96,8% dos casos estão relacionados a transtornos mentais, sendo as principais causas: depressão, transtorno bipolar e abuso de substâncias, respectivamente.

A Odontologia, apesar de não ser a ciência humana que mais se relaciona com o tema, pode auxiliar no diagnóstico e contribuir no tratamento dos pacientes com depressão. Segundo o cirurgião-dentista e membro da Câmara Técnica de Odontologia Hospitalar do CROSP, Keller De Martini, a depressão pode afetar os hábitos das pessoas, fazendo com que elas se descuidem e, consequentemente, diminui a higiene oral, causando o desenvolvimento de doença bucais, como cárie, gengivite, periodontite e até mau hálito.

Outro sinal que pode estar associado à um quadro depressivo é o bruxismo, que causa desgaste no esmalte dentário, dores de cabeça e orofaciais e dificuldade de se alimentar. “É imprescindível que o cirurgião-dentista trabalhe de maneira multidisciplinar e reforce ao paciente a importância de uma boa noite de sono, alimentação saudável, atividades físicas e um hobby para garantir que esse paciente inclua uma atividade prazerosa em seu dia a dia”, conta o cirurgião-dentista.

Além das orientações ao paciente, é importante que o cirurgião-dentista se informe também sobre o tratamento e os remédios aos quais o paciente está submetido, pois muitos antidepressivos têm como efeito colateral a redução do fluxo salivar ou não podem interagir com alguns medicamentos utilizados na Odontologia, como por exemplo os anestésicos. “Como profissionais de saúde, devemos estar capacitados para realizar o atendimento do paciente com depressão. Se ele for tratado de maneira integral e multidisciplinar, a chance de melhora no seu quadro será muito maior”, afirma Keller.

Anamnese

É de suma importância que o cirurgião-dentista realize uma boa anamnese e pergunte ao paciente suas condições clínicas, bem como fatores emocionais e nutricionais – como por exemplo se perdeu o emprego ou apetite recentemente, terminou alguma relação ou passou por um processo de luto, entre outros.

Caso o cirurgião-dentista suspeite de quadro de depressão, o ideal é que converse com o paciente separadamente. Em seguida, o indicado é falar com algum familiar próximo e, por fim, voltar a falar com o paciente para que se inicie um tratamento psicológico. Desta forma, junto com a equipe multidisciplinar, ele pode ajudar na melhora do quadro.

Fonte: Assessoria de Imprensa – CROSP

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