Conhecido como “Agosto Dourado”, o mês de agosto é dedicado ao aleitamento materno e tem como intuito incentivar e conscientizar acerca da importância da amamentação, celebrando o leite materno como o padrão ouro de alimentação. Em tempos de pandemia e com muitas mães de primeira viagem enfrentando o desafio de amamentar na quarentena, o momento não poderia ser mais oportuno para falar dos inúmeros benefícios, principalmente para a saúde bucal dos bebês.
O aleitamento materno fornece nutrientes indispensáveis para o crescimento e o desenvolvimento adequado das estruturas do complexo craniofacial do bebê. Além disso, o esforço realizado para sugar o leite da mãe favorece a postura correta da língua, estimulando o bom desenvolvimento das estruturas ósseas e dos músculos da face.
“Os estímulos fisiológicos que ocorrem durante o aleitamento são muito importantes para a boa sincronização da respiração nasal e da deglutição. A sucção também prepara a boca para a etapa seguinte de alimentação complementar do bebê, quando se inicia a introdução de alimentos em diferentes consistências, auxiliando a função mastigatória. A cada mamada, o leite materno possui gosto e sabor variáveis, o que também facilita a transição alimentar”, destaca Sylvia Lavínia, presidente da Câmara Técnica de Odontopediatria do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP).
Além de promover estímulo neurológico para o desenvolvimento oral, amamentar reduz as chances de o bebê adquirir hábitos nocivos como chupeta e sucção de dedo. Também fornece prevenção à cárie, uma vez que retarda a introdução do açúcar na alimentação. O aleitamento ainda melhora a qualidade dos tecidos dentários e diminui a prevalência dos defeitos de desenvolvimento do esmalte (DDE), uma vez que a disponibilidade do cálcio é muito alta durante os primeiros meses de aleitamento, o que facilita sua absorção pelo trato gastrintestinal do lactente.
Amamentação na quarentena
Muitas mulheres estão enfrentando o desafio da amamentação durante o período atípico de distanciamento social, o que pode gerar insegurança e dúvidas. Neste sentido, algumas dicas são importantes para garantir a tranquilidade e a saúde tanto da mãe quanto do bebê.
“Primeiramente, é importante que essa mãe converse com o pediatra para obter a orientação correta sobre o aleitamento e acompanhamento do bebê. O início é mais complicado e ela precisa de apoio e tranquilidade. A parceria entre o médico e o odontopediatra também é de grande ajuda, pois um complementa o trabalho do outro”, observa Sylvia.
A mulher deve se manter hidratada, pois a produção de leite sem água é mais difícil. Aliado a isso, uma dieta adequada e equilibrada também é fundamental.
E se mãe estiver com covid-19? De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria, não há qualquer evidência de transmissão via leite materno. Portanto, seguindo as devidas orientações de higiene – tais como o uso de máscaras e a lavagem correta das mãos no momento do ato – e se a mulher estiver se sentindo bem, a amamentação deve prosseguir.
“O leite materno já é considerado uma vacina para o bebê e isto é ainda mais importante em tempos de pandemia. Ele é o alimento mais incrível e completo que existe, e é o que confere imunidade ao lactente, através dos anticorpos da mãe. A amamentação é um direito humano que deve ser protegido e todo cirurgião-dentista tem responsabilidade sobre esta questão. Devemos trabalhar juntos para a promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno”, ressalta Sylvia Lavínia.
Fonte: Assessoria de Imprensa do CROSP