No meio da pandemia do coronavírus é natural sermos bombardeados por informações que aumentam nossa ansiedade e causam estresse. Mesmo ao dormir, nosso corpo tem hábitos involuntários que, podem sim, estar relacionados a situações do nosso cotidiano, e o bruxismo é uma delas.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o distúrbio atinge 30% das pessoas no mundo e, de maneira geral, o diagnóstico sempre é tardio, quando o dente já sofreu algum desgaste. “O bruxismo é uma desordem funcional na qual a pessoa range muito ou pressiona os dentes durante o sono. O incômodo permanece ao longo do dia ao escovar os dentes e ao mastigar alguns tipos de alimentos”, explica Willian Ortega, especialista em Ortodontia.
Mesmo que a causa específica da doença não esteja clara, os especialistas vinculam o problema a situações de estresse, tensão, frustração e ansiedade. “O estilo de vida atribulado e os problemas que afetam nossa vida direta ou indiretamente, como a pandemia do coronavírus, por exemplo, interferem no nosso emocional de uma forma que, até na hora de dormir, não conseguimos controlar a tensão”, complementa o dentista.
Entre os potenciais sinais do bruxismo estão dores de cabeça e pescoço, zumbido no ouvido, estalos ao abrir e fechar a boca, dores na mandíbula e nos músculos da face. “Isso acontece pelo esforço dos músculos da mastigação que continuam sendo ativados mesmo durante o sono”, afirma.
Apesar das crises variarem de uma noite para outra, é fundamental o acompanhamento de um especialista. “Há casos de bruxismo assintomáticos e as pessoas só percebem com o tempo ou quando vão a uma consulta de rotina no dentista”, enfatiza Ortega.
O tratamento é focado em reduzir a dor e preservar os dentes. A placa dentária em acrílico é indicada na maioria dos casos. “O uso desse tipo de dispositivo para dormir é feito sob medida para encaixar entre os dentes protegendo-os do impacto. Apesar de não ter cura, as placas auxiliam na melhora dos sintomas”, diz.
Uma alternativa é a aplicação do botox, que no caso do bruxismo é utilizado com fins terapêuticos. A substância promove relaxamento muscular e automaticamente a diminuição de dores. “Em determinados casos, a paralisação do músculo pode ser benéfica trazendo uma sensação de alívio ao paciente e diminuindo até o uso de medicamentos para dor ou inflamação. Além do mais, o excesso de força e carga sobre os dentes pode causar desgaste acentuado, mobilidade e até perda dentes”, esclarece doutor Willian.
A procura de atividades de relaxamento que auxiliam no combate do estresse cotidiano também pode contribuir para o controle do bruxismo. Apesar do transtorno não ser perigoso, pode causar danos permanentes. “Por isso é importante sempre consultar um especialista para que após a conclusão do diagnóstico, a melhor forma de tratamento seja indicada. Por hora, a melhor dica é buscar formas de relaxar e diminuir a ansiedade, como uma leitura leve, filmes, jogos de diversão, meditação ou qualquer outra atividade que cause prazer e relaxamento”, finaliza Ortega.
Fonte: Assessoria de Imprensa