Pelo menos 20 milhões de brasileiros nunca tiveram acesso a um dentista, segundo dados do Conselho Federal de Odontologia. E qual é o impacto disso? Como a falta de tratamento compromete a dentição e, consequentemente, a vida de uma pessoa? Uma empresa contrata alguém com dentes pouco cuidados? E uma mulher vítima de violência que tem a arcada dentária e o sorriso comprometidos? Será que consegue trabalhar, ter uma vida social adequada? Quem não passa por essas questões talvez nunca tenha pensado nisso. No entanto, há 20 anos a Turma do Bem atua para mudar esta realidade, atendendo gratuitamente jovens, crianças e mulheres que precisam de tratamento dentário.
Com mais de 78 mil pessoas atendidas e 17 mil dentistas voluntários atuando em 14 países, os profissionais da ONG estão empenhados também em mostrar aos estudantes de odontologia a importância desse trabalho e o quanto eles poderão influenciar a sociedade em um futuro próximo. Por isso, a Turma do Bem conta com dois estandes no 38º CIOSP.
O primeiro espaço é direcionado para profissionais que desejam se tornar voluntários da organização e para cadastrar estudantes interessados no concurso Estudante do Bem. Trata-se de um programa da ONG que visa conscientizar os novos dentistas sobre a violência social que sofrem aqueles que não têm acesso a tratamento adequado. Para participar, os estudantes enviam fotografias em que denunciam a situação da saúde bucal e suas consequências no dia a dia da população mais pobre. Os melhores trabalhos são escolhidos por um júri e mostrados em uma exposição. “A última edição expôs mais de 40 trabalhos de finalistas em uma mostra na Bienal de São Paulo e os vencedores foram premiados com uma cadeira odontológica”, conta Ricardo Lauricella, Superintendente da Turma do Bem.
A vez delas
O segundo espaço é dedicado ao programa Apolônias do Bem. Trata-se de uma frente da instituição que atende mulheres que sofreram algum tipo de violência doméstica e tiveram a dentição prejudicada. Uma dessas mulheres, Viviane Arruda, está no estande para conversar com os dentistas. “Minha vida mudou depois que conheci a Turma do Bem. Sofri violência e minha arcada dentária ficou muito prejudicada. Os dentistas cuidaram de mim gratuitamente e pude voltar a sorrir. Consegui reconquistar minha autoestima para correr atrás dos meus objetivos”, diz ela.
Muitas mulheres que chegam até a ONG relatam que apanhavam com panelas e outros objetos domésticos. Por esse motivo, um painel formado por artefatos do tipo usados por homens para cometer violência será instalado no espaço.
“Nossa ideia ao irmos para o CIOSP é mostrar para a nova geração que a Odontologia está muito além da estética. É saúde, é social. Esses profissionais e estudantes podem interferir e mudar a realidade do Brasil”, afirma Ricardo Lauricella.
Sobre a Turma do Bem
A Turma do Bem gere a maior rede de voluntariado especializado do mundo, com 17,3 mil dentistas atuando em 14 países. Oferece atendimento odontológico gratuito para jovens de 11 a 18 anos de baixa renda em condição de vulnerabilidade social e mulheres vítimas de violência. Tem um modelo inovador de gestão, baseado no voluntariado e caracterizado pela fácil replicabilidade.
Fonte: Assessoria de Imprensa